A Natureza Humana e Divina de Cristo: Uma Explicação Profunda e Bíblica
Introdução
A questão da natureza de Cristo é um dos temas mais debatidos na teologia cristã. Jesus possuía duas naturezas distintas: a humana e a divina, unidas na chamada união hipostática. Neste artigo, exploraremos de forma detalhada esses conceitos, explicando como Cristo poderia ser plenamente Deus e plenamente homem ao mesmo tempo.
Jesus Antes de Vir ao Mundo
Antes da encarnação, Jesus existia eternamente como a segunda pessoa da Trindade. Sua pré-existência está clara em vários textos bíblicos:
João 1:1-3: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
Colossenses 1:16-17: "Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis."
João 17:5: Jesus pede ao Pai que o glorifique com a glória que tinha antes da fundação do mundo.
Esses versículos mostram que Jesus não foi criado, mas é eterno e co-igual ao Pai e ao Espírito Santo. Ele já possuía plena glória, poder e soberania antes de se tornar humano.
O Que é a Natureza Humana?
A natureza humana se refere às características essenciais que definem um ser humano. Entre elas estão:
Corpo físico (João 1:14)
Razão e intelecto (Lucas 2:52)
Emoções (João 11:35)
Vulnerabilidade ao sofrimento (Mateus 4:2)
Mortalidade física (Lucas 23:46)
A experiência de Jesus na Terra revela que Ele viveu plenamente como um ser humano, sujeitando-se às mesmas limitações que qualquer pessoa.
O Que é a Natureza Divina?
A natureza divina se refere aos atributos exclusivos de Deus, tais como:
Eternidade (João 1:1-2)
Onisciência (Colossenses 2:3)
Onipresença (Mateus 28:20)
Onipotência (Mateus 28:18)
Soberania sobre a criação (Colossenses 1:16-17)
Antes de Sua encarnação, Jesus já existia como Deus. Como lemos em João 17:5, Ele pede ao Pai que o glorifique com a glória que já possuía antes da fundação do mundo.
A União Hipostática: Como Jesus Era Deus e Homem ao Mesmo Tempo?
A união hipostática é a doutrina que afirma que Jesus é uma pessoa com duas naturezas distintas, sem confusão ou separação. Isso foi definido no Concílio de Calcedônia (451 d.C.), que declarou:
"Em uma pessoa e uma hipóstase, sem confusão, sem mudança, sem divisão e sem separação."
Isso significa que Jesus não alternava entre ser Deus e ser homem, mas vivia com ambas as naturezas simultaneamente.
O Esvaziamento de Cristo (Kenosis) e Suas Implicações
Em Filipenses 2:6-8, lemos que Jesus "esvaziou-se a si mesmo" ao se tornar homem. O termo kenosis significa que Ele renunciou temporariamente ao uso independente de Seus atributos divinos. Isso explica por que Jesus:
Não sabia o dia da Sua volta (Marcos 13:32)
Sentia fome e cansaço (João 4:6, Mateus 4:2)
Orava ao Pai (Lucas 5:16)
Jesus viveu uma vida plenamente humana, dependendo do Pai e do Espírito Santo para realizar milagres e cumprir sua missão (Lucas 4:18).
A Exaltação de Cristo Após a Ressurreição
Após Sua ressurreição, Jesus recuperou plenamente Sua glória e o pleno exercício de Seus atributos divinos:
Glorificação (João 17:5)
Onipresença restaurada (Mateus 28:20)
Exaltação à direita de Deus (Atos 2:33)
Retorno ao pleno poder e autoridade (Apocalipse 1:12-18)
Agora, Ele reina com toda autoridade e poder, aguardando o tempo determinado para Seu retorno glorioso.
Conclusão
A natureza de Cristo é um dos mistérios mais profundos da fé cristã. Ele é plenamente Deus e plenamente homem, sem divisão entre Suas naturezas. Durante Sua vida terrena, Ele se esvaziou do pleno uso de Seus atributos divinos, mas após a ressurreição, recuperou totalmente Sua glória.
Este entendimento é essencial para nossa fé, pois só um Cristo verdadeiramente humano poderia morrer por nossos pecados, e só um Cristo verdadeiramente divino poderia ressuscitar e oferecer a salvação a todos que crêm n'Ele.
Se você deseja aprofundar-se mais nesse tema, continue estudando a Palavra e explorando a riqueza da teologia cristã!
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